1 de dezembro de 2011

Uau, três meses já se passaram. E como foi rápido. Lembro como se fosse ontem, eu saindo do aeroporto de Grand Rapids, com a minha mala mega pesada, minha host family que eu gosto tanto, meu inglês super, mega básico (não que agora esteja perfeito), um calor que nem parecia USA, vários medos, incertezas... Nossa, aprendi tanto em relação a tudo. Acho que é pouco tempo pra falar disso, mas sei que agora dou um valor bem maior a muitas coisas. Melhorei meu inglês 300 vezes, vi o quão grande o mundo é, a quantidade de coisas que temos pra aprender a cada dia, conheci tanta gente, vi tanta coisa diferente, interessante e estranha. Não que seja fácil, às vezes é difícil. A saudade da família é praticamente impossível de se lidar, é algo que pesa bastante, e a dos amigos também. Mas isso é bom, acabei descobrindo quem realmente se importa comigo, quem são meus amigos de verdade. E claro, percebi – de novo – que não existe nada mais importante que a minha família. Eles sim estão ali sempre, pra qualquer coisa. Também aprendi a dar um valor maior no Brasil, em alguns aspectos, como comida, cultura, pessoas e até o clima.

Chega de tanta conversa, hora de ver o que valeu e o que não valeu nesses três primeiros meses. Na verdade acho que tudo valeu, cada minuto... Sei que ta passando super rápido – isso é angustiante – e sei que nem todos os momentos são lindos, mas quando eu olho pra esses três meses só consigo lembrar as coisas boas que aconteceram. E foram tantas. Conheci tanta coisa diferente – como já disse -, tive uma host family perfeita, e agora tenho outra perfeita. Eu sinceramente não tenho porque reclamar. Foram três meses muito, muito bons, e eu espero, de verdade, que continue assim. Que eu aproveite mais a cada dia, que meu inglês melhore ainda mais, pra mim ainda não tá bom o suficiente (mesmo percebendo o meu avanço), que eu conheça mais, saia mais, me divirta mais, e que a saudade ajude também. Acho que é hora de continuar pensando positivo e seguindo em frente, pois sei que estou fazendo o certo.

Acho que não falo muito da minha host family aqui, vou dar uma atualizada pra vocês. A minha irmã (22) está grávida, e eu serei uncle exchange, to muito empolgado. Eu vejo meus irmãos como meus irmãos, me sinto totalmente em casa aqui, e acho que eles também me vem assim. Espero que sim. Acho que estou muito unido a eles (à família), temos um dialogo muito bom, nos entendemos muito. A única coisa que me irrita às vezes é eles serem muito caseiros. Caseiros até demais. Mas sei que esse é o jeito deles e eu não posso fazer nada pra mudar. Mas me tratam tão bem (todos), me divertem muito... E volto a repetir, não consigo reclamar nesse ponto.

Reclamo do meu quarto que de meu não tem nada. É cheio de coisas que não são minhas (coisas do meu irmão), e não o vejo como meu. Também reclamo de não terem internet em casa. Acho isso é um absurdo. Alguém, nos Estados Unidos, sem internet em casa. Cinco pessoas que dependem da internet do vizinho, que na maioria das vezes é uma bosta. E o melhor de tudo, me dão 738493 desculpas. Árvores, localização, vento, neve, macumba, perseguição da operadora, etc. Que eu tenho certeza que é uma grande e boa desculpa. A minha host avó, por exemplo, mora em uma casa muito mais afastada que a nossa, com muito mais árvores, e tem uma internet ótima. Eu bem acho que eles não querem é gastar dinheiro com algo decente, porque eu sei que eles são bem, bem pão duro.

Outra coisa que eu tenho que mudar é em relação a amigos. Sei que estou tendo alguns avanços, mas praticamente não tenho amigos. Talvez seja o jeito deles, não sei. Tenho vários, muitos conhecidos, mas não passa de um “Oi, tudo bem? Como foi o fim de semana?” Isso me deixa louco. Mas realmente reconheço que estou avançando.

É isso, essa é a minha reflexão de inicio de 3º mês. Muito feliz, empolgado, às vezes (na verdade sempre) com saudades, mas firme. Sei o quanto ta compensando.